CCBB São Paulo exibe a Mostra A MAGIA DOS PIXELS: ESPELHOS ANIMADOS DA REALIDADE

Trazendo uma vasta seleção do catálogo do Estúdio Pixar, evento apresenta sessões acessíveis e outras atividades paralelas

Um dos mais bem-sucedidos estúdios de animação da atualidade, a PIXAR é tema da mostra A MAGIA DOS PIXELS: ESPELHOS ANIMADOS DA REALIDADE, que acontece no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo, entre os dias 4 e 30 de outubro. Ao todo, serão exibidos 29 filmes, entre longas e curtas, produzidos entre 1984 e 2020. Os ingressos custarão R$10 (inteira) e R$5 (meia), e as sessões acessíveis são gratuitas.

Com curadoria de Fabrício Duque e Eduardo Reginato, a mostra é uma oportunidade para descobrir as obras-primas da Pixar, além de rever na tela grande alguns dos clássicos do estúdio. Faz parte da seleção o famoso curta-metragem “As Aventuras de André e Wally B.” (1984), realizado com produção da LucasFilm, empresa de George Lucas, e também “Luxo Jr” (1986), primeiro curta-metragem da Pixar, dirigido por John Lasseter e protagonizado pela luminária que se tornaria a assinatura da Pixar.

O curador Eduardo Reginato ressalta que as animações da Pixar abordam temas universais capazes de tocar crianças e adultos de qualquer idade e nacionalidade e aponta que “os desenhos da Pixar são repletos de ternura, afeto, união, beleza e redenção. Através de suas histórias, as crianças e adultos não apenas se divertem, mas são convidados a refletir sobre diversos temas muito sensíveis como a solidão, a morte, a passagem da infância para a adolescência, os conflitos de gerações, o preconceito, o medo e o egoísmo. O público descobre que nos reflexos animados da realidade com solidariedade e amor sempre haverá um final feliz para cada história, seja na tela do cinema ou na vida real”.

Criada em 1979 como uma divisão de computadores da Lucasfilm, a Pixar só virou um sucesso depois que Steve Jobs comprou o estúdio em 1986, e desde então se tornou uma das produtoras de curtas e longas de animação mais famosos e de maior sucesso das últimas décadas, como os quatro filmes da série Toy Story, lançados originalmente entre 1995 e 2019, que serão exibidos na Mostra.

Já o curador Fabrício Duque relata que “um dos maiores focos da Pixar é sua preocupação em conectar seus filmes ao mundo. Desde seu início, essa questão é de suma importância, tanto que há um setor de produção internacional para lidar com isso. Os costumes, símbolos, escritas e idiomas de uma sociedade são sistematicamente estudados e incorporados às obras. Tudo porque a Pixar quer que suas obras e temas sejam universais. Além disso, os filmes da Pixar fazem sorrir e chorar, pois lembramos de sensações ingênuas e genuínas. Há um resgate de uma inocência sensorial e emocional, mas sem apelar para o sentimentalismo”.
A seleção inclui ainda longas amados por adultos e crianças, como “Procurando Nemo” (2003), “WALL-E” (2008), “Up: Altas Aventuras” (2009) e “Divertida Mente” (2015). Quanto à filmografia de curtas do estúdio, estão “Tin Toy” (1988), primeiro curta-metragem de animação digital a ganhar um Oscar na história do cinema, e “O Jogo de Geri” (1997).

Eduardo Reginato ressalta a importância da Mostra nos tempos atuais e pontua que “as animações da Pixar com seus temas universais fazem crianças e adultos refletirem sobre a importância do lúdico em suas vidas. A arte, animação e afeto sempre derrotaram a violência, o ódio e o obscurantismo. Todos precisam de cor, alegria, histórias mirabolantes e esperança para fazer do mundo algo melhor. Esse é o segredo da Pixar que encanta o mundo há quase quarenta anos”.

Todos os filmes (com exceção do documentário) serão exibidos em sua versão dublada em português, permitindo acesso a todas as idades, e também haverá sessões com acessibilidade: uma sessão com audiodescrição (a de “Toy Story”) – para acessibilidade de pessoas cegas; uma sessão com interpretação em Libras (“Ratatouille”) – para acessibilidade de pessoas surdas; e uma sessão azul (“Vida de Inseto”) – para o público no espectro (TEA).

Além dos filmes, A MAGIA DOS PIXELS: ESPELHOS ANIMADOS DA REALIDADE contará com outras atividades gratuitas para o público infantil, como oficina lúdica e debate.

A mostra já passou pelo CCBB de Brasília, e no momento está em cartaz também nas unidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

SOBRE OS CURADORES

Eduardo Reginato - Curador, palestrante da sessão comentada, editor do catálogo

Diretor, produtor, roteirista, escritor e crítico de cinema. É formado, mestre e doutorando em Literatura pela Universidade Federal Fluminense, pesquisando cinema e literatura de horror e fantasia. Na televisão foi diretor e roteirista do programa “Cinema Mundo” (2006), do extinto canal Cine Brasil TV, e produtor dos programas “(Re)corte Cultural” e “Arte com Sérgio Britto”, da TVE (atual TV Brasil). Foi um dos curadores das mostras “Bertrand Blier e a Comédia da Provocação” (2017), na Caixa Cultural SP, “Mel Brooks – Banzé no Cinema” (2020), “Estúdio Hammer – A Fantástica Fábrica de Horror” (2021), “Terry Gilliam – O Onírico Anarquista” (2022) e “Frank Capra” (2023) no CCBB, entre outras.

Fabrício Duque - Curador, mediador do debate, editor do catálogo

Jornalista e pós-graduado em Cinema, membro da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), filiado à Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema). Em 2009, fundou o website Vertentes do Cinema, no qual cobre os principais festivais do mundo, como Cannes, Berlim, Sundance, Festival do Rio, Brasília, Mostra de São Paulo, Tiradentes, Gramado, entre outros. Publicou textos nos catálogos das mostras “Stephen King: O Medo é Seu Melhor Companheiro”, “Fábrica de Sonhos”, ”Mel Brooks: Banzé no Cinema” e “Tim Burton”, todas do CCBB, e “Nos Embalos de Uma Parceria”, do MAM-Rio, entre outras. Escreveu artigo-capítulo no livro publicado “Um Porto no Purgatório”, sobre o cinema do cineasta maranhense Frederico Machado. Já realizou a curadoria da mostra “Truffaut em 35mm: Uma Semana de Cinefilia”, na Cinemateca do MAM-RJ. E das mostras Semana Vertentes Online; Festival Recine de Cinema de Arquivo; da edição de 30 anos do Curta Cinema; do Festival Estação Virtual 35 Anos; da I Mostra de Cinema de Maricá, durante o período da quarentena, 2020 e 2021, além de participar de debates sobre Ingmar Bergman, na PUC-Rio e no SESC, e outros diretores.