Brasileiro CARVÃO fará sua estreia mundial no Festival de Toronto

BRASILEIRO CARVÃO FARÁ SUA ESTREIA MUNDIAL NA MOSTRA COMPETITIVA DO FESTIVAL DE TORONTO

Primeiro longa de Carolina Markowicz, protagonizado por Maeve Jinkings, aborda a hipocrisia e os absurdos do Brasil contemporâneo


Sinopse

Numa pequena cidade do interior, uma família recebe uma proposta rentosa, mas também perigosa: hospedar um desconhecido em sua casa. Antes mesmo da chegada dele, no entanto, arranjos precisarão ser feitos, e a vida em família começa a se transformar. Porém, nenhum dos familiares, e muito menos o próprio hóspede, vê suas expectativas cumpridas.

“Carvão” é um retrato ácido de um Brasil onde impera a naturalização do absurdo.

Ficha Técnica:

Diretora: Carolina Markowicz        

Roteirista: Carolina Markowicz

Produtora: Zita Carvalhosa

Coprodutores: Karen Castanho, Alejandro Israel  

Elenco: Maeve Jinkings, César Bordón, Jean Costa, Camila Márdila, Romulo Braga, Pedro Wagner, Aline Marta

Fotografia: Pepe Mendes

Edição: Lautaro Colace

Música: Filipe Derado e Alejandro Kauderer

Edição de Som: Diego Martinez/Filipe Derado

Direção de Arte: Marines Mencio/Natalia Krieger

Figurino: Gabi Pinesso

Premiada curta-metragista Carolina Markowicz exibirá seu primeiro longa, CARVÃO, na principal mostra do Festival Internacional de Cinema Toronto, que acontece entre 8 e 18 de setembro. O filme terá sua première mundial num dos eventos cinematográficos mais importantes do mundo. Protagonizado por Maeve Jinkings, traz no elenco ainda Romulo Braga, Camila Márdila, Aline Marta e o argentino César Bordón (“Relatos Selvagens”), e será lançado nos cinemas pela Pandora Filmes, com previsão de estreia para o primeiro trimestre de 2023.

A exibição do filme na Competição Oficial – Platform marca a volta da cineasta ao Festival de Toronto, no qual já exibiu três curtas: “O órfão”(2018), “Namoro à distância” (2017) e “Edifício Tatuapé Mahal” (2014). Além disso, ela também participou do TIFF Filmmaker Lab, em 2015.

Carolina, que também assina o roteiro do longa, conta que o desejo de fazer o filme veio da angústia de ver o Brasil a cada dia mais imune aos absurdos. “Ouvimos nosso presidente dizer que preferiria ter um filho morto a um filho gay. Ouvimos o executivo da maior seguradora de saúde dizer que foram orientados por seus CEOs a deixar as pessoas morrerem durante a pandemia porque ‘morte é alta hospitalar’.”

No filme, Maeve interpreta Irene que, com seu marido, Jairo (Romulo Braga), tem uma pequena carvoaria no quintal de casa. Eles têm um filho pequeno, Jean (Jean Costa), e o pai dela não sai mais da cama, não fala, não ouve.

A família recebe uma proposta rentosa, mas também perigosa: hospedar um desconhecido em sua casa, numa pequena cidade no interior. Antes mesmo da chegada dele, no entanto, arranjos precisarão ser feitos, e a vida em família começa a se transformar – nem sempre para melhor.

O filme foi rodado em Joanópolis, interior de São Paulo, uma cidade próxima à qual a diretora cresceu, e ela confessa conhecer bem esse ambiente rural e retrógrado. “Lá, vivenciei tudo o que uma pequena cidade conservadora pode oferecer: pessoas cuidando da vida umas das outras, famílias unidas pelo fato de que “a família deve ficar unida”, casamentos onde os casais quase se odiavam (mas como é vergonhoso ser solteiro, vamos manter o status quo!). E claro: você pode ser um assassino, mas por favor não seja gay.”

Carolina passou, então, a prestar atenção nesse mundo ao seu redor, notando coisas que acabou trazendo para o filme. “Esse ambiente bucólico, mas ao mesmo tempo agitado, fez de mim uma observadora da natureza humana no seu melhor e no seu pior. E também uma admiradora de um senso de humor áspero, áspero e ácido, capaz de retratar todos os maiores desastres humanos e idiossincrasias de uma maneira bastante estranha.”

CARVÃO surge então da sua tentativa de “entender como a violência, religião e hipocrisia tomaram conta de nossas vidas e corpos de uma forma que nem percebemos mais.”

Sobre Carolina Markowicz

Carolina é roteirista e diretora radicada em São Paulo. Ela escreveu e dirigiu 6 curtas-metragens selecionados para cerca de 300 festivais como Cannes, Locarno, Toronto, SXSW, AFI e foi premiada mais de 70 vezes.

O “Orfão” é o curta-metragem mais reconhecido de sua carreira. Estreou na Quinzena dos Realizadores - Cannes e foi o vencedor do Queer Palm, sendo o primeiro filme brasileiro a ganhar este prêmio. “Tatuapé Mahal” representou outro destaque em sua carreira. Estreou no TIFF - Toronto Intl' Film Festival em 2014, onde Carolina foi considerada uma das "cinco cineastas a serem observadas" pelo curador Shane Smith. Após seu lançamento online, foi incluído entre os Melhores do Ano do Vimeo Staff Picks 2017.

Carolina foi uma das 10 cineastas emergentes convidadas a fazer parte do TIFF Talent Lab. Ela também foi selecionada para o Berlinale Talents e para a Locarno Filmmakers Academy, onde fez parte de uma seleção no Indiewire que apresentou "Alguns dos novos cineastas mais emocionantes do mundo".

Em 2019, foi convidada a fazer parte da SEE Factory, na qual co-escreveu e co-dirigiu o curta-metragem “Spit”, exibido no dia de abertura da Quinzena dos Realizadores – Cannes 2019.

Carolina também é co-criadora da série Netflix “Nobody is Looking”, vencedora do Emmy Internacional 2020.

Em 2021, Carolina foi convidada para ser membro da AMPAS, a Academia responsável pelo Oscar.

Atualmente está na pós-produção de seus dois longas-metragens “Carvão”, e "Pedágio" em pós-produção.

Sobre a Pandora Filmes

A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e os vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square – A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho.

Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa, Pedro Serrano e Gabriela Amaral Almeida.